23 de julho de 2015

Ela



Procuro em outros corpos detalhes do seu.
Procuro em outros sexos o sabor do seu gozo.
Nenhuma vulva se compara a sua.
Nada me penetra com a intensidade que ela se fazia penetrar.
Suas coxas úmidas... O convite que suas pernas me faziam ao se abrir.
Seu gemido se fazia musica em meus ouvidos... Me afogava na profundeza de seu sexo.
Nossos corpos se encaixavam de forma tão perfeita quanto o entrelaço dos nossos dedos.
Ela me deixava marcas, arranhões. Tudo pra no próximo dia ainda ser lembrada. 
Ela era um universo, um universo a gozar.
Por. Amanda de Paula

Jardim


Ela destrancou a porta, abriu apenas um pouco, e entrou pela brecha. Esguia, e sem fazer barulho. De leve, e sem pressa. Pela fresta, e sem ver, tateou. E quando achou, agarrou firme, e me tomou em sua mão. E eu, rígido, suspirei, não com medo, mas ansioso. Meio nervoso – Ela sempre me deixava assim – Eu ainda meio sem jeito, só aparentava ser safado. Sorri um sorriso de canto com o olhar baixo, daqueles que deixa a gente com cara de cafajeste, e ela me retribuiu com uma mordiscada no lábio, um olhar fixo no meu e que rapidamente também flertou com o que ela queria e uma rápida ajeitada no cabelo, tudo tão mais safados que me fizeram parecer um garoto ingênuo. E veio até o meu ouvido, e em sussurro me pediu, em um leve tom de ordem para que fechasse os olhos e aproveitasse. E eu fechei-os. E eles se reviraram quando ela me pôs em sua boca. E eu me controlei para que aquilo durasse mais tempo! Eu me contorci de tão gostosa sensação! Pulsei, palpitei! Meu corpo ardeu em desejo. Havia horas em que eu ficava com o corpo meio cambaleante, quase sem forças, e outras que eu me contraia todo, que chegava a cerrar os punhos, ranger os dentes. E com paciência ela foi até o fim. Até provar completamente de mim. E disse que seria somente aquilo por hora. Se foi, dizendo que era, ainda, apenas visita em meu peito, que quando quisesse casa, se demoraria, talvez até namoraria, pra morar no meu leito. Ainda brincou, falando sobre um desejo de me acordar sempre assim desse jeito. Me deixou assim cheio de desejo a flor da pele. Me sinto um jardim... Quando voltar, vai colher o tesão que plantou. -                                                            
 Por. Samuel Auerbach

10 de maio de 2014

Foi sexo sem ser...



Eu queria te ligar e combinar um cinema, um bate-papo na praça, beber um café ou voar de asa-delta. Coisas triviais que as pessoas fazem, mas para nós não é bem assim. Ou, não sei, talvez só para mim. Ainda não me recuperei da crise de afasia que tive ao te chamar pra sair. Eu queria dizer “O que você acha de a gente sair um dia, eu e você?” e acabou saindo “O que você acha de a gente se juntar aos revolucionários pela libertação do Tibet. e, depois de tirar um tiranossauro da cartola, construir uma nova rodoviária?” Essas primeiras vezes das coisas me estressam, por isso adiei por meses.

Você acha que, só porque convidou uma garota pra sair em 2001 pegou a manha. O diabo é que cada garota é diferente da outra, e você pode esperar mil coisas de uma só, então como prever uma delas dentre milhares de garotas que você poderia ter encontrado? Ela pode fazer o gênero romântica de cinema ou andar com spray de pimenta, vá saber. Bom, aí você finalmente leu meu bilhete e topou me encontrar naquela cantina italiana que levei séculos pesquisando preços no Google. Quando chegou, sua roupa parecia meio inadequada. Logo que sentou veio com “Sabe, lugar bacana e tudo, mas faço mais o tipo que come batatas fritas, você não está a fim de dar o fora daqui e jogar bilhar?”

Fomos ao Mamute’s Piano Bar e logo que entrei, tudo que sabia sobre romance e primeiros encontros foi pelo ralo. Mas, sem dúvidas, combinava mais com seu corte de cabelo atacante-marrento-da-seleção-argentina, sua imitação de All Star e seu jeito meio embriagado e invasivo de ser. E eu ali, todo cheiroso e alinhado e roncando a barriga, sem conseguir manipular direito meu taco e fazendo as bolinhas saírem quicando estridentes no chão – tóin, tóin, tóin –, feito um perfeito panaca. (Parecia o prelúdio do que viria acontecer depois, no seu apartamento.) O resto foi aquilo, batatas fritas, sinuca fiasquenta, gente estranha rindo de mim.

Então, após 37 minutos no seu portão sendo convencido de que nada de mal me aconteceria, fomos pra cama. Quer dizer, para o sofá. A cama, por algum motivo obscuro “está quebrada e não suporta uma trepada”. Como assim, não suportaria o quê? Puta merda, vamos trepar? Uma péssima notícia, tudo que aprendi foi em camas, eu teria de adaptar minhas habilidades para um tacanho sofá. Eu quis ir embora imediatamente. Ou ter em mãos um daqueles tubinhos de jato para asma, mesmo sem nunca ter sido asmático até hoje. Mas você me aliciou vindo por cima e dando um beijo juvenil e calmante nos meus lábios secos. Sabor de gloss.

Aos poucos eu fui me lembrando, mais ou menos como se fazia a coisa. Era como andar de bicicleta, quase literalmente, pois você estava me olhando de cima, esfregando devagar o fundilho da sua calça jeans no meu banquinho, observando meticulosa minha trêmula reação. Eu estava me sentindo desconfortável, ainda bem, se eu relaxasse era capaz de esguichar minha energia masculina liquefeita, feito um adorador da trilogia Star Wars. Quando foi que as garotas tomaram a dianteira? O que nós rapazes estávamos fazendo quando elas revolucionaram a avizinhação sexual? Ainda jogando videogame, possivelmente. O que está acontecendo, Jesus?

Eu pisquei, e quando vi não sabia onde tinha ido parar sua blusa. Tinha um sutiã na minha cara, todo manchado de quem mistura brancas e coloridas no mesmo ciclo de lavagem. E quando você lentamente foi enfiando a mão nas costas e se desfazendo da peça, deu pra ver no seu olhar fixo e melodioso que, no fundo, por trás de toda essa pompa de mulher-fatal-avançada-que-paga-suas-contas também havia ali uma garotinha insegura e perturbada com o que eu acharia dos seus peitos. Eram bons seios, devo dizer. A mesma garotinha que saiu da sala e adormeceu assim que meu pau fez um sinal de que suas mamas, as duas, me deixavam feliz da vida, com vontade de tomar banho de chuva ou enfiar a cara pra fora da janela de um carro em movimento e gritar pra todo mundo ouvir.

Eu estava duro e preocupado com sua opinião quanto a minha ereção, e você foi ficando menos fatal, menos silábica, menos de calças. Antes de perder o prumo, a última coisa que ouvi você falar foi: – Eu adoro um homem nervoso embaixo de mim. Homem, mas que homem? Tem algum homem nervoso aqui, tipo, atrás das cortinas? E por que ele está nervoso? É seu pai? Na boa, eu era apenas um garotinho com medo de prender a gola no pescoço e assustado com a real possibilidade de gozar antes mesmo de me desfazer dos trajes.

O apartamento em silêncio e escuro, um clima interrompido às vezes pelo ruído da rua e uns desenhos geométricos feitos de luz de farol, invadindo certos ângulos do teto. E você cuidando de tudo, manejando meu tronco, como num ritual de cópula aracnídea, fazendo coisas que não pareciam sexo, pelo menos o sexo como a cultura pop nos lecionou. Era mais uma interação entre seres humanos, um diálogo de gestos. Você segurava meu pulso e ia passando minha mão, como me ensinando um novo jeito de alisar a pele de uma moça. Às vezes cerrava as pálpebras, sussurrava alguns epílogos de gozo e assim fui entendendo melhor a anatomia feminina.

Eu sempre me senti culpado por certas taras por certas partes do corpo feminino, mas você extraiu minhas neuras cirurgicamente, com seus movimentos delicados. Eu já andava bem contente com a mídia as induzindo a prestar mais atenção nas axilas, uma coisa que eu sempre gostei, embora eu não saiba muito bem o que fazer com elas. Você me fez lamber, roçar a barba, sentir cheiro de Dove. Os dedos dos pés, por exemplo. Se eles podem equilibrar um corpo todo em pé, por que não servir de molestador fálico? Foi bom, ficar estirado e você pisando de leve, cuidando para não machucar, como uma boneca equilibrista, os pés nus, a cara de Lolita. Já era mais de uma hora sem sequer insinuar uma penetração, mas eu estava entendendo tudo.

O plano da noite não era gozar. Era se conhecer. Mapear as sensações, fazer arte, trançar temperamentos, contagiar perfumes, não corresponder às expectativas, que nunca se concretizam de toda forma, num primeiro encontro. Olhos nos olhos, sem desviar, sem rir, sem compreender, sem querer, sem agredir, sem fazer moralismos. Era como uma dança hinduísta e contracultural, sem roupas, um aquecimento de pele, friccionando pedaços inusitados do seu corpo em partes esquisitas do meu. Sua coxa foi parar na minha cara, você beijou minha canela, eu lambi seu dorso, você esfregou os peitos no meu umbigo, eu cheirei seu joelho, você mordeu minha bunda, eu beijei os seus olhos.

Até que, exaustos e suarentos, cada um foi para um lado do sofá. Você teve uma crise de risos, eu tive uma crise de identidade. Eu nunca transei num primeiro encontro e queria muito saber se isso conta como sexo. Você me faria um favor assinando um documento atestando que – embora tecnicamente não pareça – fizemos a coisa, assim eu não passaria vergonha ao me vangloriar diante de meus amigos na próxima mesa de bar. O que foi isso, afinal? Foi louco, foi bom, foi íntimo, foi mágico, foi vinho, e mesmo sem penetração, foi sexo, embora nossas genitálias não tenham sido formalmente apresentadas.

Minha cara dizia tudo. Estava diante da última tecnologia no campo das ligações pessoais. Eu estava experimentando uma coisa que a maioria não tem nem ideia que existe. Num impulso ela pulou de volta, montando no meu corpo na horizontal, mole e nulo e inerte, totalmente sem gozar concretamente. Me encheu de pequenos beijinhos ininterruptos falando “Isso foi estranho, não foi?” Poxa, se foi. “Você não imagina o que sou capaz de fazer com o primeiro cara que me pedir em namoro”. E foi nessa hora que eu a convidei para morar comigo.
Por. Gabito Nunes

19 de dezembro de 2012

Carpinejar

Quero ser tua tatuagem. 
Mesmo quando deixar de me amar, ainda vai me cobrir.      
Me marca na pele que hoje amo e beijo, me marca na carne que mordo e almejo. Marca a carne como o peito já fora marcado caso o tempo faça efeito, tudo será lembrado. Pra te abraçar quando a solidão te doer, pra latejar quando a saudade bater. Depois me cobre como um pecado a ser escondido, me cobre como um passado inimigo, me cobre como faz quando durmo dos teus braços nas noites frias. Me esconde e padece na saudade. Me abraça. Me ama de verdade.       
Por. Helena França

Garota Infernal

 ... Lambi meus lábios lentamente para provar teu gosto. Era, no mínimo, estranho. Um gosto bom que refrescava e fazia arder ao ponto de enlouquecer. Desde aquele dia, algo diferente morava dentro de mim, como algo um pouco demoníaco, um pouco mais que uma tal garota infernal, mas de vez, arrancou suas tripas para minha sobrevivência, e eu arranquei seus coração sem saber.
Por. Júlia Gilli

4 de dezembro de 2012

Fogo e Gasolina

Afasta-te enquanto tens tempo, pois não serei piedosa  
e na primeira oportunidade farei do teu corpo meu brinquedo.

Sinto fome e esta não responde por mim, vou servir-me de tua carne, 
embriagar-me da tua malícia, farei teu corpo viciar-se em mim.

Deixará de ser nobre e respeitoso e certamente se perderá em meu olhar, 
este que incendiará tua alma, abalará tua estrutura e o fará submisso as minhas vontades.

Afasta-te, pois não terás uma segunda chance.
Ao me deixar entrar em tua vida, não o deixarei sair da minha.
Seremos combustão, como um vulcão em erupção... 
Eu serei como fogo, e você... gasolina.
Por. Bell.B

Sinta

 Entrego-te o meu corpo e depois faça dele o que bem quiser...
... ninho, trilha, tela viva.

Passeie teus dedos, não tão leves quanto ágeis e assim...
... urice-me a derme, ressaltando o tesão que passa da ponta dos teus dedos a minha pele.

Deixe tua língua traçar as rotas do desejo e ao delinear cada curva sinuosa do meu corpo...
... morde, lambe, me chupa.

Despe-me, desvenda-me. Sinta o meu calor, meu cheiro, meu sabor.
Quero a tua língua vadia, na minha boca. Gosto do teu sabor, delicio-me quando me beija, enquanto a tua língua brinca em mim, percorrendo-me, degustando-me, provocando-me.
Gemo de prazer, anseio por mais, muito mais... Suga-me com o teu desejo.
Por. Bell.B

30 de novembro de 2012

Gula

Necessito das tuas frases veementes a profetizarem em minha pele os teus mais despudorados pecados. Dita sobre minha luxuria o poder das tuas ordens desordenadas, e confunda-me a ponto de fazer-me escrava dos teus mais libidinosos atos. Faz de mim brinquedo, sacia-te entre meus pelos, beba não do cálice, mas do meu desejo, que não contido, mas que pervertido, escorre por entre fruto proibido. Inflama-te com meu calor enquanto queimo no teu suor. Me olha guloso enquanto te miro ordinária. Toma em tua palma, minha face faceira e em seguida, devorarei teu membro rígido e latente, enquanto risco tuas coxas com linhas imperfeitas, esfregando em teus pelos, meus seios quentes. Sussurra entre gemidos, palavrões... e eu em silêncio o tragarei com ainda mais força, te fazendo sentir entre os delírios, o quanto me ama.
Por. Bell.B

Unica

 O tempo me consumia, tomava de mim todas as minhas energias, me sentia cansada, fraca, destruída. É... o tempo exerce esse poder sobre mim quando você não esta por perto. E assim, nesta forma desprezível, rastejei sobre os espaços de horas, até que o tempo consumiu a si próprio sem perceber que embora tivesse sido longa a espera, logo ele me faria forte por não ser mais o tempo da espera. Conforme eu ia rasurando os números no calendário, e com isso dissimulando o tempo e fazendo-o acreditar em minha derrota, eu no meu estado caótico, ia, contudo somando, juntando, multiplicando as minhas forças disfarçadamente. E no ultimo dia, no dia marcado pelo tempo como o fim, eis que levanto-me, suja, marcada pelos estragos da distancia e embora não estivesse aparentemente apresentável, te vi e sorri! Passei as mãos sobre o rosto, borrei lágrimas, pó e restos de rímel formando em minha face um abstrato de sofrimento, uma tela de sentimentos e ainda que formada pelas minhas palmas, foram tecidas por ti. Pela tua falta, pela tua ausência, pelo sentimento que plantará em mim. E você por sua vez, me fez mais uma vez, como todas as demais vezes, me sentir ÚNICA. Viu por trás do cansaço, da dor, do sofrimento, da espera, o que ninguém no mundo seria capaz de ver. Você, só você, você e a sua capacidade de entender em mim, o que nem mesmo eu sou capaz de explicar, conseguiu enxergar o sorriso empoeirado, a emoção incontida, a verdade que só mente seus olhos são capazes de decifrar em mim. E num repente, sem medidas ou noções de lugares ou tempos, findamos a saudade em um beijo, fazendo de nossas carnes, refeição um do outro, transformando o estado deplorável da falta que nos encontrávamos em um ato absurdo, ofensivo, obsceno momento de selvageria. Esquecendo-nos das promessas de amor, profetizando juras carnais e promiscuas. Nos agredimos, nos machucamos, nos ofendemos, somos loucos, bizarros, somos um do outro. Nos pertencemos sem vergonha de expor até mesmo o nosso lado mais negro. Putaria, sexo, baixaria, nossa forma de matar a saudade, acabar com a vontade e mostrar o quanto somos maiores que tudo, que todos. Fodemos, Trepamos, e embora cansados, nos olhamos. E sem dizer nada o olhar diz “te amo" e num beijo terno e demorado, as línguas se cruzavam contando tudo que havia se passado enquanto estávamos separados. E mais uma vez os corpos clamam um ao outro e depois de tudo, começamos tudo esquecendo o quanto estávamos cansados, começamos tudo de novo.                                      
  Por. Bell.B

Sinto Falta

 
Sinto falta do teu cheiro no meu corpo, da sensação febril que transtorna teus lábios quando nos meus eles se encaixam, do suor que implode ta tua derme quando com a ponta da tua língua contornas a minha pele.

Sinto falta daquela voz rouca sussurrando em meu ouvido, dos pedidos de desculpas, por todos os erros cometidos, do teu clamor pra que eu diga que sou tua, dos teus gemidos baixos, quase que calados, invadindo-me o labirinto, fazendo-me perder os sentidos.

Sinto falta de mergulhar em tua sede e saciar a minha ânsia, atiçar a minha intimidade na tua boca, matar a minha fome na gula que teus olhos denunciam ao me ver despida de tecidos e vestida dos arrepios que seus toques me causam.

Sinto saudade de ouvir-te cantar as mesmas e tão repetitivas músicas que tocam nas rádios e de ver em teu olhar, que cada frase me faz entender que ainda que não tenha sido assim naquele momento elas foram compostas pra mim.

Preciso preencher este espaço vazio do lado da cama, aquecer meus pés entre as tuas coxas, coçar a pontinha do meu nariz na tua barba mal feita, encostar minha cabeça em seu peito e sentir-me criança outra vez.

Sinto falta... de viver o que vivemos sem viver, de fazer tudo aquilo que fazemos sem fazer, de só e simplesmente estar, mesmo sem poder estar com você. 
Por. Bell.B

Sem Controle

Porque me despes completamente sem que eu nem perceba e quando nua, por incrível que pareça, sou mais pura. Porque vou ao teu encontro despojada de critérios, livre de temores, liberta dos tabus impostos pela sociedade hipócrita e reprimida. Não perco a magia, mesmo despida dos mistérios, porque quando nua, sou única e exclusivamente tua. ME DESPI DE MIM... ME VESTI DE VOCÊ. Não consigo mudar de roupa, muito menos, controlar meus sentidos. Viajo só, na ânsia de tê-lo comigo sempre e a todo momento. Sou a fome, a sede, os desejos ativos, incontidos... (Eu Assumo). NÃO TENHO CONTROLE... Não quero ter. Quero deixar ir, seguir, acontecer. Quero sim e quero tudo com você.
Por. Bell.B

Peregrinas

 
Ajoelho-me não em prece, mas ansiosa em ouvir-te em sussurros e no ato mais doce do pecar, posto-me diante de ti, sem saber ao certo, qual dos líquidos me embriagam mais... Se o teu em minha saliva quente, se minha saliva mista ao teu gozo fervente. Minhas mãos lhe tecem peregrinas em doses homeopáticas, sentindo a maciez do seu corpo, a rigidez do teu músculo, a textura do prazer que lhe sobe pela derme. Minha tez ruboriza e queima feito fogo, inflama lasciva de vontade ao que sinto seus dedos dentro da minha boca, brincando com minha língua... Perdão se me comporto dessa forma... É que mesmo na lonjura sinto-te dentro de mim, quando encontro-me nua. Assim, sou tua.
Por. Bell.B

Segredos

 Decifraram a trama dos olhares mirados ao entrelaçarem as línguas dissimuladamente, um na boca do outro e todos os seus segredos mais íntimos, enfim... foram revelando-se entre salivas, suor e desejo!
Por. Bell.B

Tua


Adora-me, pelo que sussurro-te ao pé do ouvido. Ama-me, pelas tuas vontades absurdas que realizo. Apaixona-te por cada curva misteriosa do meu corpo e as desvende dedilhando-me dos fios do cabelo até as extremidades mais ocultas, úmida, latente, abaixo do meu umbigo. Dá-me tua mão e descobre no calor da minha palma o quanto tua... és minha alma.
Por. Bell.B

Um do Outro

Eu sou aqui e “aqui” tudo que sempre fui. Eu agora dou a ti, tudo aquilo que sempre foi teu. Eu te devoro, me alimento do teu membro latente, quente, a minha mercê. Eu sou a sua fome de prazer, a sua vontade de gozar, o teu sonho. Aquele que você se quer sonha em sonhar em voz alta, sou em tua vida... concretização, entre seus fetiches realização, tudo que é impossível e não permitido. Sou tua vontade explodindo em trancos no meu quadril, sua língua é o aparo do que escorre por entre minhas pernas. Sou sua, você é meu... Vadia, ordinário, safada, puto, não importa... Nos pertencemos. Encontro-me em seus olhos, fito a tua cara de safado filho da puta e me perco pensando com convicção (tenho o domínio). Sorriu entre os gemidos e faço cara de que você tem toda a razão, mas tanto você quanto eu sabemos, que ninguém é mais ou menos. Somos tão vadios quanto castos, somos tão culpados quanto inocentes, somos nós. Sem vestes, sem mascaras... Nus de toda a castidade superficial, vestidos do tesão, do amor, somente da carne um do outro.
Por. Bell.B